Numa região muito conhecida pelos Vinhos de Talha, uma tradição que remonta à época da ocupação romana há mais de 2.000 anos, várias entidades, lideradas pela Câmara Municipal da Vidigueira, promoveram a candidatura da Produção Tradicional de Vinho de Talha a Património Cultural Imaterial da Humanidade (UNESCO). Fazendo parte da futura Rota dos Vinhos de Talha, situa-se esta quinta com 44 hectares, sendo 21 hectares de vinha (mais 3,5 hectares com autorização de plantação de vinha nova). Inclui ainda 7 hectares de olival e 3 hectares de laranjal.
Situada no Concelho da Vidigueira, numa zona onde predominam os vinhos de talha, a quinta possui uma Adega com 250 m2, na qual se encontram 7 talhas de barro e todos os equipamentos indispensáveis para a viticultura e produção de vinho. Nesta são vinificadas parte das uvas colhidas na propriedade, nas quais predominam a Trincadeira, Alfrocheiro, Aragonês, Shirah e Alicante Bouschet, enquanto que nas brancas dominam a Antão Vaz e o Arinto,
A quinta integra um Hotel Rural com seis quartos numa área total de 370 m2, com infraestruturas para expansão para 12 quartos. A casa de habitação (V6) igualmente com 370 m2, possui ainda uma piscina de 8x8 metros.
Depois de um longo período em que a tradição dos vinhos de talha decaiu e se manteve de certo modo restrita ao consumo local, nos últimos anos esta prática ancestral de produção de vinho tem conhecido um notável incremento, levando ao aumento da escala de produção e à chegada de novos produtores e de um número crescente de visitantes, que são atraídos pelos numerosos eventos vínicos, que começam no dia da abertura das talhas no S. Martinho (11 de novembro) e se prolongam durante todo o ano. sendo de destacar eventos como o Amphora Wine Day na Herdade do Rocim, a Vitifrades e vários outros eventos vínicos, nomeadamente em Vila de Frades e Vila Alva. Vila de Frades alberga o Centro Interpretativo do Vinho de Talha e aí se situam as imponentes ruínas romanas de S.Cucufate, numerosas adegas e restaurantes. A ligação entre o vinho de talha e o Cante Alentejano, Património Cultural Imaterial da Humanidade (UNESCO) desde 2014, constitui uma experiência arrebatadora
O enoturismo no Alentejo cresceu 27% em 2023, com os portugueses a liderar as visitas, mas também com forte presença de americanos, brasileiros e espanhóis. Portugal é atualmente o segundo maior destino mundial de enoturismo, apenas superado pela Itália. Não surpreende pois o crescente interesse, tanto de produtores nacionais, em particular do Douro, como de investidores internacionais.